xãnta

Ora bem, lembraram-me desta história de uma vizinha, eu sempre tive vizinhos interessantes, e vou cometer a imprudência de a contar…
Para que imaginem a cena, descrevo-vos o casal em traços gerais, a senhora tem para cima de 1,80m e rondará os 100kg ou mais, já o senhor anda na casa do metro e meio e uns poderosos 50 e poucos kg. Muito álcool, pouca instrução, mas uma graça.
Contava ela em tempos:

“Oh minha xãnta, ontem à noite, o meu Jéi queria, e eu num queria! Tinha paxado o dia toudo a bindimar, taba canxadinha, canxadinha, num queria! E o meu Jéi inxistia… e eu num queria, taba canxadinha…
Oh minha xãnta, birei-lhe o cú, queria era dormir, que taba mesmo canxadinha de bindimar o dia toudo. Oh pá, ele bem pa me bir por trás… ai minha xãnta, dei 2 pares de peidos que até se lhe estremexeram os tomates!”

E pronto… a história fala por si, e eu escuso-me a comentar… pelo menos para já…

não abusem…

Isto hoje não está bom! Não abusem!
Estou farta, mas mesmo fartinha da merda dos mails em que morro ou fico com 500 anos de azar, ou morrem os que gosto ou o caralho, se não reenviar aquelas tretas para meio mundo. Porra, mais vale dizerem que não gostam de mim! Eu prefiro claramente!
Pela quantidade de merdas dessas que recebo e que obviamente não reencaminho, devo estar condenada para as próximas 3916 encarnações!!!

dom da adivinhação… não tenho

“Oh Marta, você tá a ficar uma mulher muito difícil… e eu não tenho paciência para mulheres difíceis!”
Esta é a pérola da manhã. Pois bem, eu nunca fui uma mulher fácil (em todos os sentidos que me lembro), e na minha opinião isso só me fica bem. Dá-me caracter e personalidade. E neste caso o “difícil” surgiu, porque não adivinhei o que NÃO me foi dito. Ora faça o favor de não me foder o juízo!
Ri-me… na cara dele, se lhe respondesse teria que ser algo dentro disto:
“E a mim esgotasse-me a paciência para aturar velhos embirrentos, que se esquecem do que me devem!”
… melhor calar, se lhe digo isto passava o resto do dia a esvaziar a secretária!

tragédia

Leram bem o título. O meu prédio foi assaltado. Tudo aconteceu na noite de Domingo para Segunda. Calma, não se alarmem, eu estou inteirinha, e se me tivesse cruzado com os bandidos que eu própria teria resolvido logo ali o assunto.
Devem estar a pensar que assaltos acontecem todos os dias, que já quase nem são notícia… pois este é, digo-vos eu, que sei do que falo.
Os gatunos, entraram sorrateiros pela porta de entrada, ou talvez não, e surrupiaram 2 das nossas melhores plantas que viviam no hall de entrada, adiantou-me a minha fonte, uma… e a outra uma… pois, não recordo nem o nome nem as plantas. Mas ao que apurei eram as mais bonitas.
Eu na segunda-feira de manhã apenas vi a terra espalhada pelo chão, provavelmente durante a fuga, e os vasos vazios… sim, eram uns gatunos com visão, pensaram deixar os vasos para que lá colocássemos mais plantas… já com ideia de voltarem, ou isso ou temeram alguma hérnia, que os vasos não são para brincadeiras.
Mas a verdade é que as plantas se encontram em parte incerta, nas mãos dos delinquentes… nem rasto delas. Nem uma folhinha caída, nem uma raiz deixada ao acaso… nada! Foi trabalhinho de profissionais.
Agora aqui entre nós… eu tenho cá para mim, que se resolvia facilmente o mistério, fazendo uma visitinha aos moradores do prédio…
Digam-me eu tenho ou não tenho que mudar de casa?

sábado

Divido o olhar entre o cursor que pisca no monitor e o teclado cheio de letras, tantas, e ainda assim não consigo agrupá-las para juntar as palavras que quero. Palavras que desconheço, sei-lhes apenas o sentimento, o toque. Uma sensação que vai além das expressões bonitas e das palavras caras que talvez um dia aprenda a conjugar. Sensações que vão muito além do que vos possa descrever por mil palavras que escreva.
Viajo… fora e dentro de mim mesma, numa paz que não conquistava há muitos dias. Os tempos têm sido complicados, as emoções têm sido muitas e a correria imposta pela vida não tem permitido que me sente e medite. Hoje estou a fazê-lo, neste sábado que surgiu de surpresa.
Obrigada!

mais do mesmo! ;)

Ah pois é meus amigos, é mais do mesmo. Continuo a dar-vos musica.

Bem, ao menos não sou eu que canto… a não ser talvez para ti… se quiseres, se me pedires baixinho…

non, je ne regrette rien

  C’est vrais… je ne regrette rien! 😉

a greve de sábado

No sábado, Lisboa foi invadida. Foi a maior greve de Professores de sempre… um número impressionante de participantes, imagens impressionantes, estupidezes debitadas em entrevistas e cartazes, mais impressionantes ainda!
Não percebo!
As entrevistas foram escolhidas a dedo, ou estavam ali 100000 pessoas que não faziam ideia do que discordam? Só ainda ouvi dizer que a Ministra é má e que o Sócrates é mauzão. Ora merda. Isso qualquer puto de cinco anos dizia. Se Professores só sabem explicar-se assim, eu entendo… no caso deles também não queria ser avaliada!
Eu gostava de saber é porque estão afinal contra o facto de serem avaliados. Que raio é isso dos moldes e da conjuntura? Não sei se por aqui andam Professores, pode ser que sim, pode ser que não, se por acaso andarem, peço que me expliquem por A mais B porque discordam, é que começa a parecer-me que não querem ser avaliados só porque não dá jeito e pronto! Deve ser da falta de hábito!

eu queria

Houve um tempo em que o tempo era lento. Demorava uma eternidade entre cada Natal, cada aniversário. Hoje é tudo demasiado rápido, como se os meus anseios por chegar a mais um fim de semana, a mais umas férias, tivessem sido escutados. O tempo voa e eu não tenho asas para o acompanhar. Tenho a sensação que adormeci ontem com 31 anos acabadinhos de fazer e acordei hoje quase com 32.
Apetecia-me ter de volta só por dois dias, o tempo do tempo lento. Apetecia-me que os dias tivessem para cima de 48 horas. Apetece-me tudo aquilo que não tenho feito! Queria refazer as bijuterias, montar o cavalete que nunca tirei da caixa, desembrulhar os gessos… queria sujar-me de tinta e encher as paredes de cor. Queria finalmente pendurar aqueles rostos em tons de cinza, com brilho de prata… queria ter tempo!
Tempo, para brincar ao faz de conta, para fingir que ainda sou a miúda que copiava as fotos lá de casa… queria não me importar com o resultado imperfeito, queria ter tempo para errar, refazer e voltar a errar. Apetecia-me errar sem vir mal ao mundo por isso. Preciso de tempo para errar!
Queria ter de volta as noites de lua cheia, aquelas em que o tempo parava e nós vivíamos um mundo tão nosso… apetece-me lembrar o calendário lunar! Apetecia-me ser quem fui, quem afastei e quem não volta. Queria ter tempo, para voltar a ser aquela… desse tempo.
Tempo… queria só por uns dias ser senhora do tempo e poder ser todas as que fui e que sinto falta!

conversas

Dado que eu sou do mais macho que há no meu prédio, o meu vizinho Brasileiro pediu-me ajuda para trocar as lâmpadas fundidas da escada. Como eu sou também do mais amoroso que por lá há, fui!
A páginas tantas dizia-me ele:
Você gosta de planta?
Gosto.
Se você quiser eu te dou uma receita boa pra planta.
Como eu fiquei na duvida se ele achava que eu as comia, calei-me. Passados uns minutos ele volta à carga.
Eu te vi um dia lá no quintal tratando de uma planta lembra?
Lembro, mas eu não estava a tratar de plantas, estava a enterrar o meu canário.
Ohhh! É verdade! Desculpa aí viu! É, você tava até chorando. Pô me desculpa, só falo bobagem mesmo…
Não faz mal.
Ficámos uns minutos em silêncio até ele voltar a querer ser simpático.
E tá bom ele?
Ao meu ar de “quem???”, ele continua.
O seu canário, ele tá bom?
Tá! Continua morto!